A história do mouse: da invenção aos modelos de hoje
1952: nasce a primeira trackball

Cerca de dez anos antes de o primeiro mouse ser criado, o Comando Marítimo das Forças Canadenses contatou diversas empresas que pudessem estar interessadas em participar de projetos que envolviam as forças armadas, universidades e companhias privadas.
Um desses projetos pretendia criar uma máquina que fosse capaz de compartilhar dados de radares e sonares em tempo real, para que todos os combatentes pudessem ter uma visão unificada do campo de batalha. Esse projeto ficou conhecido como DATAR.
Mas a parte que nos interessa aqui é que o DATAR trazia um dispositivo curioso para a época. Os operadores enviam os dados de radares por meio de uma trackball, uma espécie de “mouse” em que, para movimentar o cursor, bastava girar uma bola presente no aparelho.
Claro que essa primeira trackball não tinha a elegância e a leveza dos modelos de hoje. Para se ter uma ideia, na época a Marinha Canadense usava uma bola de boliche para a produção desse dispositivo. E, como era um projeto militar e, portanto, secreto, a trackball nunca teve a sua patente registrada.
1963: o primeiro protótipo de mouse

De maneira independente, o pesquisador Douglas Engelbart, do Instituto de Pesquisa Stanford, estava trabalhando em um projeto muito avançado para a época em que vivia. No início da década de 60, a maioria dos computadores ainda era operada com cartões perfurados e outros métodos que não permitiam a interação do usuário com a máquina. Mesmo as interfaces de modo texto eram raras.
Mesmo assim, Engelbart trabalhava em uma máquina que tinha o objetivo de aumentar o intelecto humano, e não o substituir por uma máquina. Muitas das tecnologias que usamos hoje foram propostas por esse projeto, como a interface gráfica dos computadores e os videochats.

Entre os dispositivos de entrada apresentados por Engelbart em 1968, durante a primeira demonstração pública de seu projeto, havia uma caixinha de madeira com um botão vermelho na parte superior e um cabo que saía de uma das extremidades, lembrando, de alguma forma, o rabo de um rato. Era o primeiro mouse da História.
1970: primeiro mouse comercializado

O “Indicador de Posição X-Y para Sistemas com Tela”, nome do mouse especificado em sua patente, funcionava com duas “engrenagens” que registravam as posições horizontais e verticais do cursor.
Algumas semanas depois da apresentação de Engelbart, a empresa alemã Telefunken lançou um modelo de mouse que possuía uma pequena esfera dentro, responsável pelo registro dessas coordenadas. Embora o dispositivo fizesse parte dos componentes dos computadores da Telefunken, esse é considerado o primeiro mouse a ter sido comercializado no mundo.
1973–1981: os mouses da Xerox

Os próximos mouses a ganharem o mercado foram comercializados com os computadores pessoais da Xerox, como o Alto, de 1973, o primeiro PC a usar o conceito de desktop e ter uma interface gráfica voltada para o uso do “rato”.
Outra máquina famosa por trazer um mouse como parte do sistema foi a Xerox Star, conhecida oficialmente como Xerox 8010 Information System. Esse também foi um dos primeiros computadores a incorporar diversas outras tecnologias tão comuns nos PCs de hoje, como redes Ethernet, servidores de arquivo e de impressão.
1983: primeiro mouse da Apple

Nesse ano, a Apple lançou o famoso computador Lisa, que continha um mouse inspirado no mesmo que acompanhava o Xerox Alto. Uma característica marcante desse modelo é que, em vez de uma bolinha de borracha, o mouse do Lisa usava uma esfera de metal. Esse foi o modelo que estabeleceu o padrão de um único botão para outros mouses da empresa, durante cerca de 20 anos.
1999: a estreia do mouse óptico

Apesar de as pesquisas para os primeiros modelos de mouse óticos terem começado em 1980, foi só em 1999 que o primeiro modelo comercial desse tipo de dispositivo foi lançado. O IntelliMouse com IntelliEye, da Microsoft, funcionava sobre quase qualquer tipo de superfície e apresentou melhoras muito significativas quando comparado com o mouse mecânico.
A principal diferença era o fato de que a “bolinha” do mouse mecânico foi substituída por um LED infravermelho, apresentando a vantagem de esse modelo não acumular sujeira, evitando assim que o usuário precisasse abrir o dispositivo e limpá-lo. A série IntelliMouse também foi a primeira a incorporar a scroll wheel.
Mais tarde, esses modelos acabaram evoluindo, e o LED foi substituído por um laser díodo, ganhando as prateleiras em 2004 com o MX 1000, produto da Logitech.
O mundo gamer
E não dá para deixar de lado também os modelos gamers, que hoje você vê em competições de eSports e na casa de jogadores mais exigentes. Eles têm um design futurista que não é só estilo, mas também conforto, vários botões adicionais pra atalhos e configurações especiais.
Um dos valores levados em conta por esse público é o DPI, ou pontos por polegada. Basicamente, quanto maior ele for, maior a sensibilidade de movimento do mouse. Razer, SteelSeries e a Logitech se destacam nesse mercado.

Esta última, inclusive, é um dos destaques no mercado desse periférico. Ela lançou o primeiro mouse sem fio com radiotransmissores e o primeiro óptico com sensor laser, permanecendo atuante até os dias de hoje. A empresa atingiu em 2008 a marca de 1 bilhão de unidades vendidas desde que começou a fabricar modelos, em 1982.
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